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Controlo de processos e
sinais
Este capítulo aborda os processos. A criação
e controlo de processos no Bash shell
e pelo Linux API e sinais para processos e e seu
tratamento:
Controlo simples
Cada processo tem um identificador
único (pid - process id). O
comando Unix ps permite ver os processos que estão a
correr. Normalmente, um programa requer
um só processo para correr. Mas, a execução dum programa pode lançar e envolver
vários processos que comunicam entre si. Dái o
conceito duma tarefa ou “Job”. Existem processos especiais no sistema Unix. Por
exemplo, o pid 0 é normalmente o scheduler process (ou swapper)
que faz parte do núcleo (kernel). Este processo não
tem qualquer programa em disco. Em windows aparece como
o “system idle process” ver em baixo,
Exemplo:
noe> ps –Af
PID TTY S TIME CMD
0 ?? R< 10:36.27 [kernel
idle]
1 ?? I 00:01.57 /sbin/init
–a
3 ?? IW 00:00.03 /sbin/kloadsrv
21 ?? S 01:32.49 /sbin/update
94 ?? I 00:10.96 /usr/sbin/syslogd
350 ?? I 00:43.24 sendmail:accepting connections
410 ?? I 00:29.29 /usr/sbin/inetd
420 ?? S 00:01.53 /usr/sbin/snmpd
445 ?? I 00:00.34 /usr/sbin/cron
462 ?? I 00:00.01 /usr/lbin/lpd
O pid 1 é o processo init que é chamado pelo núcleo no fim do processo de
arranque (boot). O processo init é responsável pela
inicialização e configuração (os ficheiros /etc/rc*) do Unix. Este processo nunca morre.
Não é um processo do sistema, mas sim um processo do utilizador. No entanto
corre com os privilégios do superutilizador. O programa em disco deste processo
é o ficheiro /sbin/init. Este processo nunca morre. Este processo torna-se
progenitor de qualquer processo orfão.
Actualmente num sistema como fedora-21 ou ubuntu podem
ver em vez do processo init outro como o systemd (system daemon) que serve o mesmo prepósito.
Figura: O explorador de Processos de Windows paar ver os processos e oe seus ID’s
Alguns Artigos Interessantes:
· TheWindows idle process https://blog.codinghorror.com/why-is-the-system-idle-process-hogging-all-the-resources/
· Unix Swapper process history https://superuser.com/questions/377572/what-is-the-main-purpose-of-the-swapper-process-in-unix
JOBS
Em Linux existe o conceito da tarefa (job) que consiste em um ou mais
processos (process).
Cada processo contém uma ou mais linhas de execução (Thread)
·
Existe um conjunto de comandos para o controlo de tarefas
e processos com os comandos do sistema operativo disponíveis por linha de
comando no Bash Shell. Os comandos mais relevantes
são
·
ps
listar processos. Um processo é identificado pelo PID (inteiro)
·
jobs
listar tarefas. Uma tarefa é identificada
pelo seu “job number” (%inteiro)
·
kill
envie
sinais para um processo ou tarefa (p.ex kill -9 1234 , kill %3)
·
bg, fg Executar tarefas de Background ou Foreground
ou mover a sua execução dum plano
para
outro
·
& Execução
em background
·
Outros Para Investigar: top,
uptime, nice, nohup, at, atq
etc
·
O seu controlo e criação através das funções do API Linux
·
fork, wait,
exit e kill.
·
Para finalizar a última secção trate dos sinais (Signals) que nao é mais nada do
que a comunicação de eventos aos processos e a seu tratamento seguinte.
Também deverá ler apontamentos adicionais aqui
e “Process
Control” do Linux Document
Project.
Experimentar este comando (kill, kilall, fg
%x, jobs etc, ps .)
Escrever e compilar o programa seguinte
e depois executar e experimentar os comandos !
./ola 1; ctrl c
./ola 1 &
./ola 2 &
ps
jobs
fg %1
//ola.c
#include <stdio.h> <unistd.h>
int main (int argc, char *argv[])
{
if (1==argc) return
0;
while (1) {
printf
("ola %s\n", argv[1]);
sleep(3);
}
return 0;
}
Devolução de
identificadores de processos
Há funções que devolvem os
identificadores associados com um dado processo, nomeadamente:
#include
<sys/types.h>
#include
<unistd.h>
pid_t getpid(void); Retorna: ID do processo invocador
pid_t getppid(void); Retorna: ID do progenitor do processo
invocador
uid_t getuid(void); Retorna: ID do utilizador real do
processo invocador
uid_t geteuid(void); Retorna: ID do utilizador efectivo do processo invocador
gid_t getgid(void); Retorna: ID do grupo real do processo
invocador
gid_t getegid(void); Retorna: ID do grupo efectivo do processo invocador
Criação dum novo
processo
A única maneira de criar um novo
processo é através da função fork() (com a excepção dos processos
especiais como o swapper e o init). Esta função fork() é invocada a partir dum processo já existente que é,
pois, o processo progenitor. O novo processo gerado através da função fork() é chamado o processo
progénito.
#include
<sys/types.h>
#include
<unistd.h>
pid_t fork(void);
Retorna: 0 a partir do progénito, ID do progénito a partir do progenitor,
-1 em caso de erro
Note-se que a função fork é chamada uma vez, mas devolve duas vezes: uma a
partir do processo progénito, outra a partir do processo progenitor.
O programa seguinte mostra a utilização
da função fork() com duas cópias
do programa a correr simultaneamente (multitasking).
#include
<sys/types.h>
#include
<unistd.h>
#include
<stdio.h>
main()
{
int
pid;
printf("Processo
progenitor pid=%d\n", getpid());
printf("Bifurcando o
processo\n" );
pid=fork();
/*
As instruções que seguem são executadas duas vezes:
uma
vez para o progenitor, outra vez para o progénito*/
printf( "O processo
progenitor id %d e o seu progenito %d\n", getpid(), pid);
system("date");
}
Exemplo 8.1.
Exercício 8.1:
·
Escreva e execute o programa anterior. Qual é o processo
que executa primeiro, o progenitor ou o progénito?
o
Normalmente, nunca se sabe qual é o processo que começa
primeiro, se é o progenitor ou o progénito, pois isso depende do algoritmo de
escalonamento da CPU.
·
A seguir modifique o programa e introduzir uma estrutura
de controlo, como se segue, para gerar o output indicado em baixo.
int pid; /* identificador do processo*/
if ( (pid=fork())
< 0) {
printf("Cannot
fork\n");
exit(0);
}
if (pid == 0)
printf("Filho
com ID %d\n",getpid());
else
/* pid do processo
progenitor é pid do progénito …*/
system("date");
Ouput Esperado
Pai com processo ID 12345 e filho com
ID 123456
Filho com ID 123456
Thu Apr 15 16:45:20 WEST 2008
Thu Apr 15 16:45:20 WEST 2008
A função de
Sincronização wait()
Existe a necessidade de sincronizar as
operações dos processos progenitor e progénito. Uma das funções de sincronização disponível é
a função wait(). Normalmente esta função é usado pelo processo progenitor
esperar a terminação de um dos seus progénitos.
·
int wait(int *status); Força o progenitor a esperar pela paragem ou terminação do progénito. Esta
função devolve o pid do progénito ou –1 no caso de
erro. O estado de exit do progénito é devolvido para a status.
§ void exit(int status); Termina o processo que chama esta função e devolve o valor de status.
§ A função waitpid(pid_t pid, int *wstatus, int
options) espera a terminação dum progénito
especifico.
A
função wait() é as vezes usado em conjunto com um ciclo caso que uma
chamada
a função wait não seja bloquenate
while ( wait(&status_filho)
!= pid_filho ) ;
Um exemplo da necessidade de
sincronização é quando a entrada e saída estandardizadas do processo progenitor
são redireccionadas, então o mesmo acontece com
entrada e saída estandardizadas do processo progénito.
Além disso, todos os descritores dos
ficheiros abertos pelo progenitor serão duplicados pelo progénito e também os
conteúdos de quaisquer buffers das bibliotecas standard. Consequentemente, pode
haver problemas de sincronização na entrada e na saída e output difícil de
explicar.
Considere o seguinte exemplo
Exemplo 8.1b:
main()
{
printf ("Bom Dia ");
if ( 0 == fork() )
printf("disse o Filho ");
else
printf("ao Pai.\n");
}
O Output do programa Exemplo 8.1b é
Bom Dia ao Pai.
Bom Dia disse o Filho
Como é que podemos obter sempre o
output
Bom Dia disse o filho ao Pai.
Exercício 8.1b :
Escreva um programa para produzir sempre
o output desejado.
Solução: utilizar a função fflush()
e wait() para sincronização
Exercício 8.2:
Escreva um programa que inicialize uma
variável int v=5 e depois abre um
ficheiro “res.txt” em modo escrita. Antes da bifurcação, escreva para o
ficheiro res.txt o valor da variável v.
Depois da bifurcação, altere o seu
valor para 10 no progenitor (pai) e para 15 no progénito (filho).
Depois, escreva estes valores
conjuntamente com os valores dos PID’s do progenitor
e do progénito para este mesmo ficheiro.
Os valores do progénito (filho) devem ser escritos em primeiro lugar
– precisará novamente da função wait !
Ouput Esperado: cat res.txt
V = 5
Pai com processo ID 12345
V = 15 filho Processo com ID 54321
V = 10 Pai Processo com ID 12345
Notas: Situações de utilização da função fork():
·
Quando um processo pretende replicar-se. Por exemplo, um servidor quando
recebe um pedido dum cliente faz um fork para que o
progénito trate do pedido enquanto o servidor continua a correr e à espera
doutros pedidos.
·
Quando um processo pretende executar
outro programa. Por exemplo, dentro dum programa shell. Neste
caso, o progénito faz um exec() logo a seguir ao fork(). Nalguns sistemas operativos, estas duas chamadas (fork e exec) são combinadas numa
única operação chamada spawn(), por exemplo em Windows.
Funções exec
Um processo pode carregar um novo
programa usando a chamada ao sistema exec(). Quando um processo chama uma das funções da família exec, o programa que começa a executar
fá-lo substituindo o programa original pelo novo. O pid
não muda com um exec porque não há a
criação dum processo novo. Basicamente, exec faz a substituição do contexto do processo
atual, ou seja, texto, dados, heap, stack, etc.) pelo novo programa, embora algumas
características sejam herdadas (por exemplo, pid, ppid, user id, root directory, etc.).
Existem seis funções exec, mas aqui só vamos referir uma delas:
§ int execl(const
char *pathname, const char *arg0, …);
§ Significa execute and leave, i.e.
executa e termina o comando indicado pelo pathname
com as opções indicadas pelos restantes argumentos da função.
§ Para mais informações sobre a família exec ver man 2 exec
Exemplo 8.2:
main()
{
printf("processo main %d\n", getpid());
printf("Ficheiros na directoria:\n"
);
execl( "/bin/ls", "ls",
"-l", 0 );
}
Consultar o man page para a função execvp e execl
Exercicios (Exame do 2017, Freq 2015)
Especificar qual é o output dos
seguinte programas? O output é
determinístico? Justifique! Deverá mostrar o trace
do funcionamento do programa. A seguir deve implementar
e executar o programa.
char *args[2] = {"date", NULL};
int status, pid, x = 9;
pid = fork();
if (0 == pid) {
x++;
pid = fork();
if (0 == pid)
execvp(*args, args);
else
wait(&status);
}
else
x--;
printf("x=%d\n", x);
int pid, x = 2;
if ( (pid = fork()) == 0){
fork();
fork();
x--;
}
else{
execl("/bin/date", "date", NULL);
x = x + 2;
}
printf("x=%d\n", x);
Execução de comandos
Unix a partir dum programa em linguagem C
Podemos executar comandos Unix a partir
dum programa em C através do uso da função system() que se encontra declarada no ficheiro <stdlib.h>.
§ int system(char
*string); string
contém o nome do comando.
Exemplo 8.3:
main()
{
int
res;
printf("Ficheiros na directoria: " );
res
= system("ls -l" );
printf( "%s\n",
(0==res)? "sucesso":
"insucesso");
printf("Ficheiro
VidaNova.txt na directoria: ");
res = system( "ls –l
VidaNova.txt" );
printf("%s\n", (0==res)? "sucesso": "insucesso");
}
Nota: a função system() é uma chamada ao sistema composta por outras três
chamadas ao sistema: execl(), wait() e fork() (veja-se o ficheiro <unistd.h>).
Um Shell Simples (soshell)
Exemplo 8.4 Um Interpretador de Comandos
Este exemplo serve de base à
programação duma shell limitada.
soshell - example of a fork in a program used as a simple
shell.
The program asks for Unix
commands to be typed and are read into a string.
The string is then “parsed” by
locating blanks, etc.
Each command and corresponding
arguments are put in a args array.
execvp is called to execute these commands
in child process spawned by fork().
Os ficheiros deste projecto
são :
o shell.h – ficheiro com os protótipos e
ficheiros de inclusão do programa.
o main.c – ficheiro com o programa principal.
o parse.c – ficheiro com a função que particiona
o comando Unix.
o execute.c – ficheiro com a funçao
que cria um processo progénito e executa um programa.
o Makefile – ficheiro de gerencia
de compilação do projecto.
o soshell – ficheiro executável criado pelo Makefile.
#A Simple Ilustrative Makefile
for soshell
#
CC=cc
FLAGS=-c -Wall
LIBS=-lm
OBS=main.o execute.o parse.o
all : soshell
main.o : shell.h
main.c
$(CC) $(FLAGS) main.c
execute.o : shell.h
execute.c
$(CC) $(FLAGS) execute.c
parse.o : shell.h
parse.c
$(CC) $(FLAGS) parse.c
soshell : $(OBS)
$(CC) -o soshell $(OBS) $(LIBS)
clean limpar:
rm -f soshell *.o *~
/*
shell.h – ficheiros de inclusao
e prototipos.
*/
#include <stdio.h>
#include <stdlib.h>
#include <string.h>
#include <sys/types.h>
#include <sys/stat.h>
#include <fcntl.h>
#include <unistd.h>
#include <pthread.h>
void parse(char *buf,
char **args);
void execute(char **args);
int builtin (char **args);
/* constantes que podem tornar uteis*/
#define BG 0
#define FG 1
#include "shell.h"
/*
main.c – cria um processo progénito e executa um programa
*/
char prompt[100];
int main()
{
char
buf[1024]; /* um comando
*/
char *args[64]; /*
com um maximo de 64 argumentos */
strcpy (prompt, "SOSHELL: Introduza um comando: prompt>"); /*prompt
inicial*/
while (1)
{
printf( "%s", prompt );
if ( gets(buf) == NULL)
{
printf( "\n" );
exit(0);
}
parse(buf,args); /* particiona a string em
argumentos */
if
( !builtin(args) )
execute(args);
/*
executa o commando se não for uma funcionalidade
embutida */
}
return 0;
}
int builtin( char *args[]
) /* verifiicar se o comando
é embutido no shell */
{
if (strcmp (args[0],
"sair") == 0)
{
exit (0);
return 1; /* funcionalidade embutida */
}
if (strncmp (args[0],
"42", 2) == 0)
{
printf("42
is the answer to life the universe and everything\n");
return 1; /* funcionalidade
embutida*/
}
return
(0) ; ; /* indicar que
vamos continuar para a função execute*/
}
#include "shell.h"
/*
parse.c –
particiona o comando Unix (armazenado em buf) em
argumentos
*/
void parse
(char *buf, char **args)
{
while (*buf != '\0')
{
/* strip whitespace.
Usa um NULL para indicar que o argumento anterior e’ o ultimo
*/
while ((*buf == ' ' ) || (*buf == '\t'))
*buf++ = '\0';
*args++ = buf; /*
salvaguarda argumento */
while ((*buf != NULL) && (*buf != ' ') && (*buf != '\t'))
/* salta sobre o argumento*/
buf++;
}
*args = NULL; /* o ultimo argumento e’ NULL */
}
Nota: Pode-se usar a função isspace()
para detectar espaço em branco – o chamado whitespace
#include "shell.h"
/*
execute.c – cria um processo progénito e executa um
programa
*/
void execute(char **args)
{
int pid,
status;
if ((pid =
fork()) < 0) /* cria um processo
progenito */
{
perror(“fork”); /* NOTE: perror() produz uma pequema
mensagem de erro para o stream */
exit(1); /* estandardizado de erros que descreve o ultimo erro
encontrado */
/* durante uma chamada ao sistema ou funcao duma biblioteca */
}
if
(pid == 0)
{
execvp(*args, args); /* NOTE: as versoes execv() e execvp() de execl() sao uteis quando */
perror(*args); /* o numero de argumentos nao e’
conhecido. Os argumentos de
*/
exit(1); /* execv() e execvp() sao o nome do ficheiro a
ser executado e um */
} /* vector de strings que contem os argumentos. */
/*
O ultimo argumento do string
tem de ser seguido por um ponteiro 0. /*
/* Execução
em foreground */
while
(wait(&status) != pid) /* O progenitor executa a espera */
/* ciclio vazio repare que o ; é importante */ ;
}
Exercícios :
1 Implemente e
Estude o Exemplo
O código está num servidor seguro de subversion que poderá ser acedido usando um browser com o
endereço seguinte : https://spocs.it.ubi.pt:8443/svn/crocker/sisops/
Utilizando o programa “svn” (linha do comando) poderá usar o seguinte comando para
obter os ficheiros:
svn --username
aluno checkout https://spocs.it.ubi.pt:8443/svn/crocker/sisops/trunk/soshell
Verifique o código do main()
para ver qualquer alteração desta ficha e o código do svn
(a função 42 não está implementada e o main utilize agora fgets() em vez do gets() )
2 Aumente a funcionalidade do seu Shell
(i) implemente a possibilidade de mudar
dinamicamente (durante runtime) o prompt
usando o comando prompt>
PS1=String : onde String
será o novo prompt
(ii) implemente um comando embutido chamado
“quemsoueu”
que mostre detalhes sobre a identificação do usuário. Baste chamar a função system(“id”) na função “builtin”.
(iii) implemente o comando embutido “socp”
que permite o shell copiar um ficheiro através do
comando prompt> socpy
destino fonte
Detalhes – escreva uma função void socp(char *fonte, char
*destino) num ficheiro socp.c e chame-a dentro da
função builtin do programa principal. Esta função
deverá utilizar a função solowlevelcopy() das fichas anteriores. Também terá que
modificar o Makefile.
(iv) implemente controlo de processos com a
possibilidade de execução em foreground ou em
background (adicionado o símbolo & no fim do comando)
(v) implemente redireccionamento do stdin e stdout (<) e (>)
Sinais (signals)
O
que é um sinal?
Sinal é um evento que pode ocorrer
enquanto um programa está a correr.
Podemos distinguir dois tipos de
sinais: interrupções e excepções.
-
As interrupções são geralmente geradas pelo programador,
como um CTRL-C, por exemplo.
-
As excepções são erros que
ocorrem durante a execução de programas, como um “overflow” ou um ponteiro “out-of-range”,
por exemplo.
A ocorrência dum sinal despoleta uma acção que lhe foi atribuída previamente, por defeito. Por
exemplo, a acção associada a CTRL-C é terminar o
programa.
Os tipos de sinais
mais comuns em UNIX são:
Número |
Sinal |
Acção por defeito |
Significado |
|
|
|
|
1 |
SIGHUP |
Exit |
Perdeu a ligação com o terminal (hangup) |
2 |
SIGINT |
Exit |
Interrupção (CTRL-C) na Shell |
3 |
SIGQUIT |
Core Dumped |
Quit |
4 |
SIGKILL |
Core Dumped |
Sinal ilegal |
5 |
SIGTRAP |
Core Dumped |
Interrupção de trace (usado por debbugers como o
dbx) |
8 |
SIGFTP |
Core Dumped |
Floating Pointing Exception |
9 |
SIGKILL |
Exit |
Terminate execution (não pode ser ignorado) |
10 |
SIGBUS |
Core Dumped |
Erro no bus (violação da protecção de memória) |
11 |
SIGSEGV |
Core Dumped |
Violação da segmentação de memória |
14 |
SIGALARM |
Exit |
Alarme do relógio – time out |
15 |
SIGTERM |
Exit |
Termina a execução (não pode ser
ignorado) |
17 |
SIGSTP |
Stop Job |
Stop signal
(do processo) |
18 |
SIGTSTP |
Stop Job |
Stop signal
(do teclado) |
Figura 8.5: Sinais em Unix.
Na ocorrência dum “core dump”, o conteúdo de um programa (código, variáveis e
estado) são colocados num ficheiro chamado core
antes do programa terminar.
Todos estes sinais estão definidos no
ficheiro signal.h
Rotinas de Gestão (Handler Routines)
As “handler routines” são chamadas quando ocorrem erros. Um sinal faz
com que uma “handler routine”
seja imediatamente executado. Quando uma “handler routine” termina, a execução do programa é retomada onde o
erro tinha ocorrido.
Utilização de Sinais
A função signal especifica a “handler routine”
a ser executada quando um certo sinal ocorre. Esta função permite também re-definir a acção ou a “handler routine” quando um sinal
ocorre. Além do mais, esta função pode ser usada para ignorar sinais. A sua
sintaxe é a seguinte:
#include
<signal.h>
void (*signal(int signo, void (*func)(int)))(int);
Retorna: ponteiro para o “signal handler” anterior
O argumento signo é o nome dum dos sinais listados na Figura 8.5. O valor
de func é um dos
seguintes:
§ a constante SIG_IGN;
§ a constante SIG_DFL;
§ o endereço duma função (ou “handler routine”) que é chamada
quando o sinal ocorre.
Se a constante SIG_IGN é especificada na função signal, isso quer dizer que estamos a dizer
ao sistema para ignorar o sinal. (Há, no entanto, dois sinais, SIGKILL e SIGSTOP, que não podem ser ignorados.). A constante SIG_DFL é usada quando se pretende que a acção associada com o sinal seja a acção
por defeito.
Hibernação dum
processo durante um período de tempo (segundos)
A função sleep
pára a execução do programa durante um determinado
número de segundos. A sua sintaxe é a seguinte:
#include
<unistd.h>
unsigned int sleep(unsigned int seconds);
Retorna: 0 se o período se esgotou;
tempo que falta para esgotar o período seconds
Esta chamada usa o alarme de
interrupção SIGALARM para atrasar o programa. Note-se que
ao fim do período seconds não há a garantia que o programa retome imediatamente a sua execução, pois
isso depende da política de escalonamento da fila dos processos
prontos-a-correr (“ready queue”).
Existe uma função semelhante à função sleep, designada por usleep. Funciona da mesma forma que o sleep, excepto que
o período de hibernação ou de espera é em microsegundos
e não em segundos. A sua sintaxe é a seguinte:
#include
<unistd.h>
void usleep(unsigned
long usec);
Retorna: nada.
Ignorar e restaurar acções por defeito O Exemplo 9.2 mostra como ignorar um sinal e restaurar a acção por defeito que lhe está associada. Usa ainda a
função sleep, fazendo com que
o processo espere um determinado período de tempo em
segundos. A seguir restaure a acçao por defeito (SIG_DFL)
Exemplo 8.6:
#include <stdio.h> <signal.h>
main()
{
int i;
signal(SIGINT, SIG_IGN);
//vamos ignorar o sinal SIGINT
for(i=0; i<15;
i++) {
printf("Nao pode usar CTRL-C para
terminar. Experimente !\n");
sleep(1);
}
signal(SIGINT, SIG_DFL);
printf("\nAgora pode Primar CTRL-C
para terminar...\n");
sleep(10);
}
Ignorando o sinal SIGINT (CTRL-C), o programa não pode ser interrompido durante
15 segundos. Depois dos 15 segundos, é restaurado a “handler
routine” por defeito e o CTRL-C já pode interromper o
programa.
Criar “handler routines” As “handler routines” são funções que têm as seguintes restrições:
1. Não podem ter parâmetros;
2. Têm que ser
declaradas no código antes de serem referenciadas.
O Exemplo 9.3 mostra como se pode
resolver o problema acidental do utilizador premir CTRL-C, o que provoca a
terminação do programa. A “handler routine” confirma associada ao
sinal SIGINT (CTRL-C) pede ao utilizador para
confirmar ou não o fim do programa.
Exemplo 8.7:
#include <stdio.h> <stdlib.h> <signal.h>
main() {
int i;
signal(SIGINT, confirma);
for (i=1; i<20; i++) {
printf("Estamos no ciclo numero press
ctrl-c%d.\n", i);
sleep(1);
}
}
int confirma() {
char sim_ou_nao, enter;
printf("\nQuer mesmo terminar?
(S/N)");
scanf("%c%c", &sim_ou_nao, &enter);
printf("%c\n", sim_ou_nao);
if ((sim_ou_nao == 'S') || (sim_ou_nao
== 's')) exit();
}
Abate ou terminação
dum processo
A função kill permite que um processo possa enviar
um sinal de abate ou terminação a outro processo. Enviando um sinal SIGTERM ou SIGKILL para outro processo faz com que este termine, desde que:
1. Os processos pertençam ao mesmo
utilizador, ou o processo emissor de signal pertença
ao super-utilizador root.
2. O processo saiba o identificador (pid) do processo a matar.
A sintaxe da função kill é a seguinte:
#include
<sys/types.h>
#include
<signal.h>
int kill(pid_t pid, int sig);
Retorna: 0 se OK; -1 em caso de erro
Normalmente, o sinal sig é SIGTERM (pedido para terminar) ou SIGKILL (força o processo a terminar).
Programação de alarmes
para emissão de sinais
Todas as versões UNIX têm um relógio de
alarmes. O relógio pode ser programado de tal modo que uma determinada “handler routine” pode ser
executada quando determinada hora/instante chega.
O sinal SIGALARM é enviado quando um alarme de relógio é gerado, fazendo
com que uma rotina “handler” seja executada.
A programação temporal dum alarme é
feita com a função alarm, a qual tem a seguinte sintaxe:
#include
<unistd.h>
unsigned int alarm(unsigned int seconds);
Um processo não pára
a sua execução quando faz uma chamada de alarme ao sistema; ele retorna
imediatamente da chamada sem esperar e continua a sua execução.
Nota: a função sleep faz o reset do relógio de alarmes.
Assim, é muito importante não usar a função sleep se também se pretende usar um alarme.
Exemplo 8.8:
O programa seguinte usa a função sleep e a função alarm sem quaisquer problemas. Tudo funciona
correctamente porque o processo filho usa a função sleep, enquanto o processo pai usa a função alarm, separadamente.
O processo filho corre um ciclo
infinito.
O processo pai envia um alarme para
parar cinco segundos e espera que o processo filho termine. Depois dos cinco
segundos, e se o processo filho ainda não terminou, o pai mata o filho com a
função kill.
#include
<signal.h>
#include
<sys/wait.h>
int
pid;
int
myalarm()
{
kill(pid, SIGKILL);
printf("Adeus filho!\n");
}
main()
{
union wait status;
pid = fork();
if (-1 == pid)
{
perror("Erro no fork.");
exit();
}
if (0 == pid)
for(;;)
{
printf("Sou um processo filho - louco e livre!!\n");
sleep(1);
}
else
{
signal(SIGALARM, myalarm);
alarm(5);
wait(&status);
}
}