CAPITULOS

 
1 a 11 12 a 21



Capitulo 12
1  Entäo se convocaram os homens de Efraim, e passaram para o norte, e disseram a Jefté: Por que passaste a combater contra os filhos de Amom, e näo nos chamaste para ir contigo? Queimaremos a fogo a tua casa contigo.
2  E Jefté lhes disse: Eu e o meu povo tivemos grande contenda com os filhos de Amom; e chamei-vos, e näo me livrastes da sua mäo;
3  E, vendo eu que näo me livráveis, arrisquei a minha vida, e passei contra os filhos de Amom, e o SENHOR mos entregou nas mäos; por que, pois, subistes vós hoje, para combater contra mim?
4  E ajuntou Jefté a todos os homens de Gileade, e combateu contra Efraim; e os homens de Gileade feriram a Efraim; porque este dissera-lhe: Fugitivos sois de Efraim, vós gileaditas que habitais entre Efraim e Manassés,
5  Porque tomaram os gileaditas aos efraimitas os vaus do Jordäo; e sucedeu que, quando algum dos fugitivos de Efraim dizia: Deixai-me passar; entäo os gileaditas perguntavam: És tu efraimita? E dizendo ele: Näo,
6  Entäo lhe diziam: Dize, pois, Chibolete; porém ele dizia: Sibolete; porque näo o podia pronunciar bem; entäo pegavam dele, e o degolavam nos vaus do Jordäo; e caíram de Efraim naquele tempo quarenta e dois mil.
7  E Jefté julgou a Israel seis anos; e Jefté, o gileadita, faleceu, e foi sepultado numa das cidades de Gileade.
8  E depois dele julgou a Israel Ibzä de Belém.
9  E tinha este trinta filhos, e trinta filhas que casou fora; e trinta filhas trouxe de fora para seus filhos; e julgou a Israel sete anos.
10  Entäo faleceu Ibzä, e foi sepultado em Belém.
11  E depois dele julgou a Israel Elom, o zebulonita; e julgou a Israel dez anos.
12  E faleceu Elom, o zebulonita, e foi sepultado em Aijalom, na terra de Zebulom.
13  E depois dele julgou a Israel Abdom, filho de Hilel, o piratonita.
14  E tinha este quarenta filhos, e trinta netos, que cavalgavam sobre setenta jumentos; e julgou a Israel oito anos.
15  Entäo faleceu Abdom, filho de Hilel, o piratonita; e foi sepultado em Piratom, na terra de Efraim, no monte dos amalequitas.


Capitulo 13
1  E os filhos de Israel tornaram a fazer o que era mau aos olhos do SENHOR, e o SENHOR os entregou na mäo dos filisteus por quarenta anos.
2  E havia um homem de Zorá, da tribo de Dä, cujo nome era Manoá; e sua mulher, sendo estéril, näo tinha filhos.
3  E o anjo do SENHOR apareceu a esta mulher, e disse-lhe: Eis que agora és estéril, e nunca tens concebido; porém conceberás, e terás um filho.
4  Agora, pois, guarda-te de beber vinho, ou bebida forte, ou comer coisa imunda.
5  Porque eis que tu conceberás e terás um filho sobre cuja cabeça näo passará navalha; porquanto o menino será nazireu de Deus desde o ventre; e ele começará a livrar a Israel da mäo dos filisteus.
6  Entäo a mulher entrou, e falou a seu marido, dizendo: Um homem de Deus veio a mim, cuja aparência era semelhante de um anjo de Deus, terribilíssima; e näo lhe perguntei donde era, nem ele me disse o seu nome.
7  Porém disse-me: Eis que tu conceberás e terás um filho; agora pois, näo bebas vinho, nem bebida forte, e näo comas coisa imunda; porque o menino será nazireu de Deus, desde o ventre até ao dia da sua morte.
8  Entäo Manoá orou ao SENHOR, e disse: Ah! Senhor meu, rogo-te que o homem de Deus, que enviaste, ainda venha para nós outra vez e nos ensine o que devemos fazer ao menino que há de nascer.
9  E Deus ouviu a voz de Manoá; e o anjo de Deus veio outra vez à mulher, e ela estava no campo, porém näo estava com ela seu marido Manoá.
10  Apressou-se, pois, a mulher, e correu, e noticiou-o a seu marido, e disse-lhe: Eis que aquele homem que veio a mim o outro dia me apareceu.
11  Entäo Manoá levantou-se, e seguiu a sua mulher, e foi àquele homem, e disse-lhe: És tu aquele homem que falou a esta mulher? E disse: Eu sou.
12  Entäo disse Manoá: Cumpram-se as tuas palavras; mas qual será o modo de viver e o serviço do menino?
13  E disse o anjo do SENHOR a Manoá: De tudo quanto eu disse à mulher guardará ela.
14  De tudo quanto procede da videira näo comerá, nem vinho nem bebida forte beberá, nem coisa imunda comerá; tudo quanto lhe tenho ordenado guardará.
15  Entäo Manoá disse ao anjo do SENHOR: Ora deixa que te detenhamos, e te preparemos um cabrito.
16  Porém o anjo do SENHOR disse a Manoá: Ainda que me detenhas, näo comerei de teu päo; e se fizeres holocausto o oferecerás ao SENHOR. Porque näo sabia Manoá que era o anjo do SENHOR.
17  E disse Manoá ao anjo do SENHOR: Qual é o teu nome, para que, quando se cumprir a tua palavra, te honremos?
18  E o anjo do SENHOR lhe disse: Por que perguntas assim pelo meu nome, visto que é maravilhoso?
19  Entäo Manoá tomou um cabrito e uma oferta de alimentos, e os ofereceu sobre uma penha ao SENHOR: e houve-se o anjo maravilhosamente, observando-o Manoá e sua mulher.
20  E sucedeu que, subindo a chama do altar para o céu, o anjo do SENHOR subiu na chama do altar; o que vendo Manoá e sua mulher, caíram em terra sobre seus rostos.
21  E nunca mais apareceu o anjo do SENHOR a Manoá, nem a sua mulher; entäo compreendeu Manoá que era o anjo do SENHOR.
22  E disse Manoá à sua mulher: Certamente morreremos, porquanto temos visto a Deus.
23  Porém sua mulher lhe disse: Se o SENHOR nos quisesse matar, näo aceitaria da nossa mäo o holocausto e a oferta de alimentos, nem nos mostraria tudo isto, nem nos deixaria ouvir tais coisas neste tempo.
24  Depois teve esta mulher um filho, a quem pós o nome de Sansäo; e o menino cresceu, e o SENHOR o abençoou.
25  E o Espírito do SENHOR começou a incitá-lo de quando em quando para o campo de Maané-Dä, entre Zorá e Estaol.


Capitulo 14
1  E desceu Sansäo a Timnate; e, vendo em Timnate uma mulher das filhas dos filisteus,
2  Subiu, e declarou-o a seu pai e a sua mäe, e disse: Vi uma mulher em Timnate, das filhas dos filisteus; agora, pois, tomai-ma por mulher.
3  Porém seu pai e sua mäe lhe disseram: Näo há, porventura, mulher entre as filhas de teus irmäos, nem entre todo o meu povo, para que tu vás tomar mulher dos filisteus, daqueles incircuncisos? E disse Sansäo a seu pai: Toma-me esta, porque ela agrada aos meus olhos.
4  Mas seu pai e sua mäe näo sabiam que isto vinha do SENHOR; pois buscava ocasiäo contra os filisteus; porquanto naquele tempo os filisteus dominavam sobre Israel.
5  Desceu, pois, Sansäo com seu pai e com sua mäe a Timnate; e, chegando às vinhas de Timnate eis que um filho de leäo, rugindo, lhe saiu ao encontro.
6  Entäo o Espírito do SENHOR se apossou dele täo poderosamente que despedaçou o leäo, como quem despedaça um cabrito, sem ter nada na sua mäo; porém nem a seu pai nem a sua mäe deu a saber o que tinha feito.
7  E desceu, e falou àquela mulher, e ela agradou aos olhos de Sansäo.
8  E depois de alguns dias voltou ele para tomá-la; e, apartando-se do caminho para ver o corpo do leäo morto, eis que nele havia um enxame de abelhas com mel.
9  E tomou-o nas suas mäos, e foi andando e comendo dele; e foi a seu pai e a sua mäe, e deu-lhes do mel, e comeram; porém näo lhes deu a saber que tomara o mel do corpo do leäo.
10  Descendo, pois, seu pai àquela mulher, fez Sansäo ali um banquete; porque assim os moços costumavam fazer.
11  E sucedeu que, como o vissem, trouxeram trinta companheiros para estarem com ele.
12  Disse-lhes, pois, Sansäo: Eu vos darei um enigma para decifrar; e, se nos sete dias das bodas o decifrardes e descobrirdes, eu vos darei trinta lençóis e trinta mudas de roupas.
13  E, se näo puderdes decifrar, vós me dareis a mim trinta lençóis e as trinta mudas de roupas. E eles lhe disseram: Dá-nos o teu enigma a decifrar, para que o ouçamos.
14  Entäo lhes disse: Do comedor saiu comida, e do forte saiu doçura. E em três dias näo puderam decifrar o enigma.
15  E sucedeu que, ao sétimo dia, disseram à mulher de Sansäo: Persuade a teu marido que nos declare o enigma, para que porventura näo queimemos a fogo a ti e à casa de teu pai; chamastes-nos aqui para vos apossardes do que é nosso, näo é assim?
16  E a mulher de Sansäo chorou diante dele, e disse: Täo-somente me desprezas, e näo me amas; pois deste aos filhos do meu povo um enigma para decifrar, e ainda näo o declaraste a mim. E ele lhe disse: Eis que nem a meu pai nem a minha mäe o declarei, e to declararia a ti?
17  E chorou diante dele os sete dias em que celebravam as bodas; sucedeu, pois, que ao sétimo dia lho declarou, porquanto o importunava; entäo ela declarou o enigma aos filhos do seu povo.
18  Disseram, pois, a Sansäo os homens daquela cidade, ao sétimo dia, antes de se pór o sol: Que coisa há mais doce do que o mel? E que coisa há mais forte do que o leäo? E ele lhes disse: Se vós näo lavrásseis com a minha novilha, nunca teríeis descoberto o meu enigma.
19  Entäo o Espírito do SENHOR täo poderosamente se apossou dele, que desceu aos ascalonitas, e matou deles trinta homens, e tomou as suas roupas, e deu as mudas de roupas aos que declararam o enigma; porém acendeu-se a sua ira, e subiu à casa de seu pai.
20  E a mulher de Sansäo foi dada ao seu companheiro que antes o acompanhava.


Capitulo 15
1  E aconteceu, depois de alguns dias, que, na sega do trigo, Sansäo visitou a sua mulher, com um cabrito, e disse: Entrarei na cámara de minha mulher. Porém o pai dela näo o deixou entrar.
2  E disse-lhe seu pai: Por certo pensava eu que de todo a desprezavas; de sorte que a dei ao teu companheiro; porém näo é sua irmä mais nova, mais formosa do que ela? Toma-a, pois, em seu lugar.
3  Entäo Sansäo disse acerca deles: Inocente sou esta vez para com os filisteus, quando lhes fizer algum mal.
4  E foi Sansäo, e pegou trezentas raposas; e, tomando tochas, as virou cauda a cauda, e lhes pós uma tocha no meio de cada duas caudas.
5  E chegou fogo às tochas, e largou-as na seara dos filisteus; e assim abrasou os molhos com a sega do trigo, e as vinhas e os olivais.
6  Entäo perguntaram os filisteus: Quem fez isto? E responderam: Sansäo, o genro do timnita, porque lhe tomou a sua mulher, e a deu a seu companheiro. Entäo subiram os filisteus, e queimaram a fogo a ela e a seu pai.
7  Entäo lhes disse Sansäo: É assim que fazeis? Pois, havendo-me vingado eu de vós, entäo cessarei.
8  E feriu-os com grande ferimento, pernas juntamente com coxa; e desceu, e habitou na fenda da rocha de Etä.
9  Entäo os filisteus subiram, e acamparam-se contra Judá, e estenderam-se por Leí.
10  E perguntaram-lhes os homens de Judá: Por que subistes contra nós? E eles responderam: Subimos para amarrar a Sansäo, para lhe fazer a ele como ele nos fez a nós.
11  Entäo três mil homens de Judá desceram até a fenda da rocha de Etä, e disseram a Sansäo: Näo sabias tu que os filisteus dominam sobre nós? Por que, pois, nos fizeste isto? E ele lhes disse: Assim como eles me fizeram a mim, eu lhes fiz a eles.
12  E disseram-lhe: Descemos para te amarrar e te entregar nas mäos dos filisteus. Entäo Sansäo lhes disse: Jurai-me que vós mesmos näo me acometereis.
13  E eles lhe falaram, dizendo: Näo, mas fortemente te amarraremos, e te entregaremos nas mäos deles; porém de maneira nenhuma te mataremos. E amarraram-no com duas cordas novas e fizeram-no subir da rocha.
14  E, vindo ele a Leí, os filisteus lhe saíram ao encontro, jubilando; porém o Espírito do SENHOR poderosamente se apossou dele, e as cordas que ele tinha nos braços se tornaram como fios de linho que se queimaram no fogo, e as suas amarraduras se desfizeram das suas mäos.
15  E achou uma queixada fresca de um jumento, e estendeu a sua mäo, e tomou-a, e feriu com ela mil homens.
16  Entäo disse Sansäo: Com uma queixada de jumento, montöes sobre montöes; com uma queixada de jumento feri a mil homens.
17  E aconteceu que, acabando ele de falar, lançou a queixada da sua mäo; e chamou aquele lugar Ramate-Leí.
18  E como tivesse grande sede, clamou ao SENHOR, e disse: Pela mäo do teu servo tu deste esta grande salvaçäo; morrerei eu pois agora de sede, e cairei na mäo destes incircuncisos?
19  Entäo Deus fendeu uma cavidade que estava na queixada; e saiu dela água, e bebeu; e recobrou o seu espírito e reanimou-se; por isso chamou aquele lugar: A fonte do que clama, que está em Leí até ao dia de hoje.
20  E julgou a Israel, nos dias dos filisteus, vinte anos.


Capitulo 16
1  E foi Sansäo a Gaza, e viu ali uma mulher prostituta, e entrou a ela.
2  E foi dito aos gazitas: Sansäo entrou aqui. Cercaram-no, e toda a noite lhe puseram espias à porta da cidade; porém toda a noite estiveram quietos, dizendo: Até à luz da manhä esperaremos; entäo o mataremos.
3  Porém Sansäo deitou-se até à meia noite, e à meia noite se levantou, e arrancou as portas da entrada da cidade com ambas as umbreiras, e juntamente com a tranca as tomou, pondo-as sobre os ombros; e levou-as para cima até ao cume do monte que está defronte de Hebrom.
4  E depois disto aconteceu que se afeiçoou a uma mulher do vale de Soreque, cujo nome era Dalila.
5  Entäo os príncipes dos filisteus subiram a ela, e lhe disseram: Persuade-o, e vê em que consiste a sua grande força, e como poderíamos assenhorear-nos dele e amarrá-lo, para assim o afligirmos; e te daremos, cada um de nós, mil e cem moedas de prata.
6  Disse, pois, Dalila a Sansäo: Declara-me, peço-te, em que consiste a tua grande força, e com que poderias ser amarrado para te poderem afligir.
7  Disse-lhe Sansäo: Se me amarrassem com sete vergas de vimes frescos, que ainda näo estivessem secos, entäo me enfraqueceria, e seria como qualquer outro homem.
8  Entäo os príncipes dos filisteus lhe trouxeram sete vergas de vimes frescos, que ainda näo estavam secos; e amarraram-no com elas.
9  E o espia estava com ela na cámara interior. Entäo ela lhe disse: Os filisteus vêm sobre ti, Sansäo. Entäo quebrou as vergas de vimes, como se quebra o fio da estopa ao cheiro do fogo; assim näo se soube em que consistia a sua força.
10  Entäo disse Dalila a Sansäo: Eis que zombaste de mim, e me disseste mentiras; ora declara-me agora com que poderias ser amarrado.
11  E ele disse: Se me amarrassem fortemente com cordas novas, que ainda näo houvessem sido usadas, entäo me enfraqueceria, e seria como qualquer outro homem.
12  Entäo Dalila tomou cordas novas, e o amarrou com elas, e disse-lhe: Os filisteus vêm sobre ti, Sansäo. E o espia estava na recámara interior. Entäo as quebrou de seus braços como a um fio.
13  E disse Dalila a Sansäo: Até agora zombaste de mim, e me disseste mentiras; declara-me pois, agora, com que poderias ser amarrado? E ele lhe disse: Se teceres sete tranças dos cabelos da minha cabeça com os liços da teia.
14  E ela as fixou com uma estaca, e disse-lhe: Os filisteus vêm sobre ti, Sansäo: Entäo ele despertou do seu sono, e arrancou a estaca das tranças tecidas, juntamente com o liço da teia.
15  Entäo ela lhe disse: Como dirás: Tenho-te amor, näo estando comigo o teu coraçäo? Já três vezes zombaste de mim, e ainda näo me declaraste em que consiste a tua força.
16  E sucedeu que, importunando-o ela todos os dias com as suas palavras, e molestando-o, a sua alma se angustiou até a morte.
17  E descobriu-lhe todo o seu coraçäo, e disse-lhe: Nunca passou navalha pela minha cabeça, porque sou nazireu de Deus desde o ventre de minha mäe; se viesse a ser rapado, ir-se-ia de mim a minha força, e me enfraqueceria, e seria como qualquer outro homem.
18  Vendo, pois, Dalila que já lhe descobrira todo o seu coraçäo, mandou chamar os príncipes dos filisteus, dizendo: Subi esta vez, porque agora me descobriu ele todo o seu coraçäo. E os príncipes dos filisteus subiram a ter com ela, trazendo com eles o dinheiro.
19  Entäo ela o fez dormir sobre os seus joelhos, e chamou a um homem, e rapou-lhe as sete tranças do cabelo de sua cabeça; e começou a afligi-lo, e retirou-se dele a sua força.
20  E disse ela: Os filisteus vêm sobre ti, Sansäo. E despertou ele do seu sono, e disse: Sairei ainda esta vez como dantes, e me sacudirei. Porque ele näo sabia que já o SENHOR se tinha retirado dele.
21  Entäo os filisteus pegaram nele, e arrancaram-lhe os olhos, e fizeram-no descer a Gaza, e amarraram-no com duas cadeias de bronze, e girava ele um moinho no cárcere.
22  E o cabelo da sua cabeça começou a crescer, como quando foi rapado.
23  Entäo os príncipes dos filisteus se ajuntaram para oferecer um grande sacrifício ao seu deus Dagom, e para se alegrarem, e diziam: Nosso deus nos entregou nas mäos a Sansäo, nosso inimigo.
24  Semelhantemente, vendo-o o povo, louvava ao seu deus; porque dizia: Nosso deus nos entregou nas mäos o nosso inimigo, e ao que destruía a nossa terra, e ao que multiplicava os nossos mortos.
25  E sucedeu que, alegrando-se-lhes o coraçäo, disseram: Chamai a Sansäo, para que brinque diante de nós. E chamaram a Sansäo do cárcere, que brincava diante deles, e fizeram-no estar em pé entre as colunas.
26  Entäo disse Sansäo ao moço que o tinha pela mäo: Guia-me para que apalpe as colunas em que se sustém a casa, para que me encoste a elas.
27  Ora estava a casa cheia de homens e mulheres; e também ali estavam todos os príncipes dos filisteus; e sobre o telhado havia uns três mil homens e mulheres, que estavam vendo Sansäo brincar.
28  Entäo Sansäo clamou ao SENHOR, e disse: Senhor DEUS, peço-te que te lembres de mim, e fortalece-me agora só esta vez, ó Deus, para que de uma vez me vingue dos filisteus, pelos meus dois olhos.
29  Abraçou-se, pois, Sansäo com as duas colunas do meio, em que se sustinha a casa, e arrimou-se sobre elas, com a sua mäo direita numa, e com a sua esquerda na outra.
30  E disse Sansäo: Morra eu com os filisteus. E inclinou-se com força, e a casa caiu sobre os príncipes e sobre todo o povo que nela havia; e foram mais os mortos que matou na sua morte do que os que matara em sua vida.
31  Entäo seus irmäos desceram, e toda a casa de seu pai, e tomaram-no, e subiram com ele, e sepultaram-no entre Zorá e Estaol, no sepulcro de Manoá, seu pai. Ele julgou a Israel vinte anos.


Capitulo 17
1  E havia um homem da montanha de Efraim, cujo nome era Mica.
2  O qual disse à sua mäe: As mil e cem moedas de prata que te foram tiradas, por cuja causa lançaste maldiçöes, e de que também me falaste, eis que esse dinheiro está comigo; eu o tomei. Entäo lhe disse sua mäe: Bendito do SENHOR seja meu filho.
3  Assim restituiu as mil e cem moedas de prata à sua mäe; porém sua mäe disse: Inteiramente tenho dedicado este dinheiro da minha mäo ao SENHOR, para meu filho fazer uma imagem de escultura e uma de fundiçäo; de sorte que agora to tornarei a dar.
4  Porém ele restituiu aquele dinheiro à sua mäe; e sua mäe tomou duzentas moedas de prata, e as deu ao ourives, o qual fez delas uma imagem de escultura e uma de fundiçäo, que ficaram em casa de Mica.
5  E teve este homem, Mica, uma casa de deuses; e fez um éfode e terafins, e consagrou um de seus filhos, para que lhe fosse por sacerdote.
6  Naqueles dias näo havia rei em Israel; cada um fazia o que parecia bem aos seus olhos.
7  E havia um moço de Belém de Judá, da tribo de Judá, que era levita, e peregrinava ali.
8  E este homem partiu da cidade de Belém de Judá para peregrinar onde quer que achasse conveniente. Chegando ele, pois, à montanha de Efraim, até à casa de Mica, seguindo o seu caminho,
9  Disse-lhe Mica: Donde vens? E ele lhe disse: Sou levita de Belém de Judá, e vou peregrinar onde quer que achar conveniente.
10  Entäo lhe disse Mica: Fica comigo, e sê-me por pai e sacerdote; e cada ano te darei dez moedas de prata, e vestuário, e o sustento. E o levita entrou.
11  E consentiu o levita em ficar com aquele homem; e o moço lhe foi como um de seus filhos.
12  E Mica consagrou o levita, e aquele moço lhe foi por sacerdote; e esteve em casa de Mica.
13  Entäo disse Mica: Agora sei que o SENHOR me fará bem; porquanto tenho um levita por sacerdote.


Capitulo 18
1  Naqueles dias näo havia rei em Israel; e nos mesmos dias a tribo dos danitas buscava para si herança para habitar; porquanto até àquele dia entre as tribos de Israel näo lhe havia caído por sorte sua herança.
2  E enviaram os filhos de Dä, da sua tribo, cinco homens dentre eles, homens valorosos, de Zorá e de Estaol, a espiar e reconhecer a terra, e lhes disseram: Ide, reconhecei a terra. E chegaram à montanha de Efraim, até à casa de Mica, e passaram ali a noite.
3  E quando eles estavam junto da casa de Mica, reconheceram a voz do moço, do levita; e dirigindo-se para lá, lhe disseram: Quem te trouxe aqui? Que fazes aqui? E que é que tens aqui?
4  E ele lhes disse: Assim e assim me tem feito Mica; pois me tem contratado, e eu lhe sirvo de sacerdote.
5  Entäo lhe disseram: Consulta a Deus, para que possamos saber se prosperará o caminho que seguimos.
6  E disse-lhes o sacerdote: Ide em paz; o caminho que seguis está perante o SENHOR.
7  Entäo foram-se aqueles cinco homens, e chegaram a Laís; e viram que o povo que havia no meio dela estava seguro, conforme ao costume dos sidónios, quieto e confiado; nem havia autoridade alguma do reino que por qualquer coisa envergonhasse a alguém naquela terra; também estavam longe dos sidónios, e näo tinham relaçäo com ninguém.
8  Entäo voltaram a seus irmäos, a Zorá e a Estaol, os quais lhes disseram: Que dizeis vós?
9  E eles disseram: Levantai-vos, e subamos contra eles; porque examinamos a terra, e eis que é muitíssimo boa. E vós estareis aqui tranqüilos? Näo sejais preguiçosos em irdes para entrar a possuir esta terra.
10  Quando lá chegardes, vereis um povo confiado, e a terra é larga de extensäo; porque Deus vo-la entregou nas mäos; lugar em que näo há falta de coisa alguma que há na terra.
11  Entäo partiram dali, da tribo dos danitas, de Zorá e de Estaol, seiscentos homens munidos de armas de guerra.
12  E subiram, e acamparam-se em Quiriate-Jearim, em Judá; entäo chamaram a este lugar Maané-Dä, até ao dia de hoje; eis que está por detrás de Quiriate-Jearim.
13  E dali passaram à montanha de Efraim; e chegaram até a casa de Mica.
14  Entäo responderam os cinco homens, que foram espiar a terra de Laís, e disseram a seus irmäos: Sabeis vós também que naquelas casas há um éfode, e terafins, e uma imagem de escultura e uma de fundiçäo? Vede, pois, agora o que haveis de fazer.
15  Entäo se dirigiram para lá, e chegaram à casa do moço, o levita, em casa de Mica, e o saudaram.
16  E os seiscentos homens, que eram dos filhos de Dä, munidos com suas armas de guerra, ficaram à entrada da porta.
17  Porém subindo os cinco homens, que foram espiar a terra, entraram ali, e tomaram a imagem de escultura, o éfode, e os terafins, e a imagem de fundiçäo, ficando o sacerdote em pé à entrada da porta, com os seiscentos homens que estavam munidos com as armas de guerra.
18  Entrando eles, pois, em casa de Mica, e tomando a imagem de escultura, e o éfode, e os terafins, e a imagem de fundiçäo, disse-lhes o sacerdote: Que estais fazendo?
19  E eles lhe disseram: Cala-te, pöe a mäo na boca, e vem conosco, e sê-nos por pai e sacerdote. E melhor ser sacerdote da casa de um só homem, do que ser sacerdote de uma tribo e de uma família em Israel?
20  Entäo alegrou-se o coraçäo do sacerdote, e tomou o éfode, e os terafins, e a imagem de escultura; e entrou no meio do povo.
21  Assim viraram, e partiram; e os meninos, e o gado, e a bagagem puseram diante de si.
22  E, estando já longe da casa de Mica, os homens que estavam nas casas junto à casa de Mica, reuniram-se, e alcançaram os filhos de Dä.
23  E clamaram após os filhos de Dä, os quais viraram os seus rostos, e disseram a Mica: Que tens, que tanta gente convocaste?
24  Entäo ele disse: Os meus deuses, que eu fiz, me tomastes, juntamente com o sacerdote, e partistes; que mais me resta agora? Como, pois, me dizeis: Que é que tens?
25  Porém os filhos de Dä lhe disseram: Näo nos faças ouvir a tua voz, para que porventura homens de ánimo mau näo se lancem sobre vós, e tu percas a tua vida, e a vida dos da tua casa.
26  Assim seguiram o seu caminho os filhos de Dä; e Mica, vendo que eram mais fortes do que ele, virou-se, e voltou à sua casa.
27  Eles, pois, tomaram o que Mica tinha feito, e o sacerdote que tivera, e chegaram a Laís, a um povo quieto e confiado, e os feriram ao fio da espada, e queimaram a cidade a fogo.
28  E ninguém houve que os livrasse, porquanto estavam longe de Sidom, e näo tinham relaçöes com ninguém, e a cidade estava no vale que está junto de Bete-Reobe; depois reedificaram a cidade e habitaram nela.
29  E chamaram-lhe Dä, conforme ao nome de Dä, seu pai, que nascera a Israel; era, porém, antes o nome desta cidade Laís.
30  E os filhos de Dä levantaram para si aquela imagem de escultura; e Jónatas, filho de Gérson, o filho de Manassés, ele e seus filhos foram sacerdotes da tribo dos danitas, até ao dia do cativeiro da terra.
31  Assim, pois, estabeleceram para si a imagem de escultura, que fizera Mica, por todos os dias em que a casa de Deus esteve em Siló.


Capitulo 19
1  Aconteceu também naqueles dias, em que näo havia rei em Israel, que houve um homem levita, que, peregrinando aos lados da montanha de Efraim, tomou para si uma concubina, de Belém de Judá.
2  Porém a sua concubina adulterou contra ele, e deixando-o, foi para a casa de seu pai, em Belém de Judá, e esteve ali alguns dias, a saber, quatro meses.
3  E seu marido se levantou, e foi atrás dela, para lhe falar conforme ao seu coraçäo, e para tornar a trazê-la; e o seu moço e um par de jumentos iam com ele; e ela o levou à casa de seu pai, e, vendo-o o pai da moça, alegrou-se ao encontrar-se com ele.
4  E seu sogro, o pai da moça, o deteve, e ficou com ele três dias; e comeram e beberam, e passaram ali a noite.
5  E sucedeu que ao quarto dia pela manhä, de madrugada, ele levantou-se para partir; entäo o pai da moça disse a seu genro: Fortalece o teu coraçäo com um bocado de päo, e depois partireis.
6  Assentaram-se, pois, e comeram ambos juntos, e beberam; e disse o pai da moça ao homem: Peço-te que ainda esta noite queiras passá-la aqui, e alegre-se o teu coraçäo.
7  Porém o homem levantou-se para partir; mas seu sogro o constrangeu a tornar a passar ali a noite.
8  E, madrugando ao quinto dia pela manhä para partir, disse o pai da moça: Ora, conforta o teu coraçäo. E detiveram-se até já declinar o dia; e ambos juntos comeram.
9  Entäo o homem levantou-se para partir, ele, e a sua concubina, e o seu moço; e disse-lhe seu sogro, o pai da moça: Eis que já o dia declina e a tarde já vem chegando; peço-te que aqui passes a noite; eis que o dia já vai acabando, passa aqui a noite, e que o teu coraçäo se alegre; e amanhä de madrugada levanta-te a caminhar, e irás para a tua tenda.
10  Porém o homem näo quis ali passar a noite, mas levantou-se, e partiu, e chegou até defronte de Jebus (que é Jerusalém), e com ele o par de jumentos albardados, como também a sua concubina.
11  Estando, pois, já perto de Jebus, e tendo-se já declinado muito o dia, disse o moço a seu senhor: Vamos agora, e retiremo-nos a esta cidade dos jebuseus, e passemos ali a noite.
12  Porém disse-lhe seu senhor: Näo nos retiraremos a nenhuma cidade estranha, que näo seja dos filhos de Israel; mas iremos até Gibeá.
13  Disse mais a seu moço: Vamos, e cheguemos a um daqueles lugares, e passemos a noite em Gibeá ou em Ramá.
14  Passaram, pois, adiante, e caminharam, e o sol se lhes pós junto a Gibeá, que é cidade de Benjamim.
15  E retiraram-se para lá, para passarem a noite em Gibeá; e, entrando ele, assentou-se na praça da cidade, porque näo houve quem os recolhesse em casa para ali passarem a noite.
16  E eis que um velho homem vinha à tarde do seu trabalho do campo; e era este homem da montanha de Efraim, mas peregrinava em Gibeá; eram porém os homens deste lugar filhos de Benjamim.
17  Levantando ele, pois, os olhos, viu a este viajante na praça da cidade, e disse o anciäo: Para onde vais, e donde vens?
18  E ele lhe disse: Viajamos de Belém de Judá até aos lados da montanha de Efraim, de onde sou; porquanto fui a Belém de Judá, porém agora vou à casa do SENHOR; e ninguém há que me recolha em casa.
19  Todavia temos palha e pasto para os nossos jumentos, e também päo e vinho há para mim, e para a tua serva, e para o moço que vem com os teus servos; de coisa nenhuma há falta.
20  Entäo disse o anciäo: Paz seja contigo; tudo quanto te faltar fique ao meu cargo; täo-somente näo passes a noite na praça.
21  E levou-o à sua casa, e deu pasto aos jumentos; e, lavando-se os pés, comeram e beberam.
22  Estando eles alegrando o seu coraçäo, eis que os homens daquela cidade (homens que eram filhos de Belial) cercaram a casa, batendo à porta; e falaram ao anciäo, senhor da casa, dizendo: Tira para fora o homem que entrou em tua casa, para que o conheçamos.
23  E o homem, dono da casa, saiu a eles e disse-lhes: Näo, irmäos meus, ora näo façais semelhante mal; já que este homem entrou em minha casa, näo façais tal loucura.
24  Eis que a minha filha virgem e a concubina dele vo-las tirarei fora; humilhai-as a elas, e fazei delas o que parecer bem aos vossos olhos; porém a este homem näo façais essa loucura.
25  Porém aqueles homens näo o quiseram ouvir; entäo aquele homem pegou da sua concubina, e lha tirou para fora; e eles a conheceram e abusaram dela toda a noite até pela manhä, e, subindo a alva, a deixaram.
26  E ao romper da manhä veio a mulher, e caiu à porta da casa daquele homem, onde estava seu senhor, e ficou ali até que se fez claro.
27  E, levantando-se seu senhor pela manhä, e abrindo as portas da casa, e saindo a seguir o seu caminho, eis que a mulher, sua concubina, jazia à porta da casa, com as mäos sobre o limiar.
28  E ele lhe disse: Levanta-te, e vamo-nos, porém ela näo respondeu; entäo, levantando-se o homem a pós sobre o jumento, e foi para o seu lugar.
29  Chegando, pois, à sua casa, tomou um cutelo, e pegou na sua concubina, e a despedaçou com os seus ossos em doze partes; e enviou-as por todos os termos de Israel.
30  E sucedeu que cada um que via aquilo dizia: Nunca tal se fez, nem se viu desde o dia em que os filhos de Israel subiram da terra do Egito, até ao dia de hoje; ponderai isto, considerai, e falai.


Capitulo 20
1  Entäo todos os filhos de Israel saíram, e a congregaçäo se ajuntou, perante o SENHOR em Mizpá, como se fora um só homem, desde Dä até Berseba, como também a terra de Gileade.
2  E os principais de todo o povo, de todas as tribos de Israel, se apresentaram na congregaçäo do povo de Deus; quatrocentos mil homens de pé que tiravam a espada
3  (Ouviram, pois, os filhos de Benjamim que os filhos de Israel haviam subido a Mizpá). E disseram os filhos de Israel: Falai, como sucedeu esta maldade?
4  Entäo respondeu o homem levita, marido da mulher que fora morta, e disse: Cheguei com a minha concubina a Gibeá, cidade de Benjamim, para passar a noite.
5  E os cidadäos de Gibeá se levantaram contra mim, e cercaram a casa de noite; intentaram matar-me, e violaram a minha concubina, de maneira que morreu.
6  Entäo peguei na minha concubina, e fi-la em pedaços, e a enviei por toda a terra da herança de Israel; porquanto fizeram tal malefício e loucura em Israel.
7  Eis que todos sois filhos de Israel; dai aqui a vossa palavra e conselho.
8  Entäo todo o povo se levantou como um só homem, dizendo: Nenhum de nós irá à sua tenda nem nenhum de nós voltará à sua casa.
9  Porém isto é o que faremos a Gibeá: procederemos contra ela por sorte.
10  E de todas as tribos de Israel, tomaremos dez homens de cada cem, e cem de cada mil, e mil de cada dez mil, para providenciarem mantimento para o povo; para que, vindo ele a Gibeá de Benjamim, lhe façam conforme a toda a loucura que tem feito em Israel.
11  Assim ajuntaram-se contra esta cidade todos os homens de Israel, unidos como um só homem.
12  E as tribos de Israel enviaram homens por toda a tribo de Benjamim, dizendo: Que maldade é esta que se fez entre vós?
13  Dai-nos, pois, agora aqueles homens, filhos de Belial, que estäo em Gibeá, para que os matemos, e tiremos de Israel o mal. Porém os filhos de Benjamim näo quiseram ouvir a voz de seus irmäos, os filhos de Israel.
14  Antes os filhos de Benjamim se ajuntaram das cidades em Gibeá, para saírem a pelejar contra os filhos de Israel.
15  E contaram-se naquele dia os filhos de Benjamim, das cidades, vinte e seis mil homens que tiravam a espada, afora os moradores de Gibeá, de que se contaram setecentos homens escolhidos.
16  Entre todo este povo havia setecentos homens escolhidos, canhotos, os quais atiravam com a funda uma pedra em um cabelo, e näo erravam.
17  E contaram-se dos homens de Israel, afora os de Benjamim, quatrocentos mil homens que tiravam da espada, e todos eles homens de guerra.
18  E levantaram-se os filhos de Israel, e subiram a Betel; e consultaram a Deus, dizendo: Quem dentre nós subirá primeiro a pelejar contra Benjamim? E disse o SENHOR: Judá subirá primeiro.
19  Levantaram-se, pois, os filhos de Israel pela manhä, e acamparam-se contra Gibeá.
20  E os homens de Israel saíram à peleja contra Benjamim; e os homens de Israel ordenaram a batalha contra eles, ao pé de Gibeá.
21  Entäo os filhos de Benjamim saíram de Gibeá, e derrubaram por terra, naquele dia, vinte e dois mil homens de Israel.
22  Porém esforçou-se o povo, isto é, os homens de Israel, e tornaram a ordenar a peleja no lugar onde no primeiro dia a tinham ordenado.
23  E subiram os filhos de Israel, e choraram perante o SENHOR até à tarde, e perguntaram ao SENHOR, dizendo: Tornar-me-ei a chegar à peleja contra os filhos de Benjamim, meu irmäo? E disse o SENHOR: Subi contra ele.
24  Chegaram-se, pois, os filhos de Israel aos filhos de Benjamim, no dia seguinte.
25  Também os de Benjamim no dia seguinte lhes saíram ao encontro fora de Gibeá, e derrubaram ainda por terra mais dezoito mil homens, todos dos que tiravam a espada.
26  Entäo todos os filhos de Israel, e todo o povo, subiram, e vieram a Betel e choraram, e estiveram ali perante o SENHOR, e jejuaram aquele dia até à tarde; e ofereceram holocaustos e ofertas pacíficas perante o SENHOR.
27  E os filhos de Israel perguntaram ao SENHOR (porquanto a arca da aliança de Deus estava ali naqueles dias;
28  E Finéias, filho de Eleazar, filho de Aräo, estava perante ele naqueles dias), dizendo: Tornarei ainda a pelejar contra os filhos de Benjamim, meu irmäo, ou pararei? E disse o SENHOR: Subi, que amanhä eu to entregarei na mäo.
29  Entäo Israel pós emboscadas em redor de Gibeá.
30  E subiram os filhos de Israel ao terceiro dia contra os filhos de Benjamim, e ordenaram a peleja junto a Gibeá, como das outras vezes.
31  Entäo os filhos de Benjamim saíram ao encontro do povo, e desviaram-se da cidade; e começaram a ferir alguns do povo, atravessando-os, como das outras vezes, pelos caminhos (um dos quais sobe para Betel, e o outro para Gibeá pelo campo), uns trinta dos homens de Israel.
32  Entäo os filhos de Benjamim disseram: Estäo derrotados diante de nós como dantes. Porém os filhos de Israel disseram: Fujamos, e desviemo-los da cidade para os caminhos.
33  Entäo todos os homens de Israel se levantaram do seu lugar, e ordenaram a peleja em Baal-Tamar; e a emboscada de Israel saiu do seu lugar, da caverna de Gibeá.
34  E dez mil homens escolhidos de todo o Israel vieram contra Gibeá, e a peleja se agravou; porém eles näo sabiam o mal que lhes tocaria.
35  Entäo feriu o SENHOR a Benjamim diante de Israel; e destruíram os filhos de Israel, naquele dia, vinte e cinco mil e cem homens de Benjamim, todos dos que tiravam a espada.
36  E viram os filhos de Benjamim que estavam feridos; porque os homens de Israel deram lugar aos benjamitas, porquanto estavam confiados na emboscada que haviam posto contra Gibeá.
37  E a emboscada se apressou, e acometeu a Gibeá; e a emboscada arremeteu contra ela, e feriu ao fio da espada toda a cidade.
38  E os homens de Israel tinham um sinal determinado com a emboscada, que era fazer levantar da cidade uma grande nuvem de fumaça.
39  Viraram-se, pois, os homens de Israel na peleja; e já Benjamim começava a ferir, dos homens de Israel, quase trinta homens, pois diziam: Já infalivelmente estäo derrotados diante de nós, como na peleja passada.
40  Entäo a nuvem de fumaça começou a se levantar da cidade, como uma coluna; e, virando-se Benjamim a olhar para trás de si, eis que a fumaça da cidade subia ao céu.
41  E os homens de Israel viraram os rostos, e os homens de Benjamim pasmaram; porque viram que o mal lhes tocaria.
42  E viraram as costas diante dos homens de Israel, para o caminho do deserto; porém a peleja os apertou; e os que saíam das cidades os destruiram no meio deles.
43  E cercaram aos de Benjamim, e os perseguiram, e à vontade os pisaram, até diante de Gibeá, para o nascente do sol.
44  E caíram de Benjamim dezoito mil homens, todos estes sendo homens valentes.
45  Entäo viraram as costas, e fugiram para o deserto, à penha de Rimom; colheram ainda deles pelos caminhos uns cinco mil homens; e de perto os seguiram até Gidom, e feriram deles dois mil homens.
46  E, todos os que cairam de Benjamim, naquele dia, foram vinte e cinco mil homens que tiravam a espada, todos eles homens valentes.
47  Porém seiscentos homens viraram as costas, e fugiram para o deserto, à penha de Rimom; e ficaram na penha de Rimom quatro meses.
48  E os homens de Israel voltaram para os filhos de Benjamim, e os feriram ao fio da espada, desde os homens da cidade até aos animais, até a tudo quanto se achava, como também a todas as cidades, quantas acharam, puseram fogo.


Capitulo 21
1  Ora, tinham jurado os homens de Israel em Mizpá, dizendo: Nenhum de nós dará sua filha por mulher aos benjamitas.
2  Veio, pois, o povo a Betel, e ali ficou até à tarde diante de Deus; e todos levantaram a sua voz, e prantearam com grande pranto,
3  E disseram: Ah! SENHOR Deus de Israel, por que sucedeu isto, que hoje falte uma tribo em Israel?
4  E sucedeu que, no dia seguinte, o povo, pela manhä se levantou, e edificou ali um altar; e ofereceu holocaustos e ofertas pacíficas.
5  E disseram os filhos de Israel: Quem de todas as tribos de Israel näo subiu à assembléia do SENHOR? Porque se tinha feito um grande juramento acerca dos que näo fossem ao SENHOR em Mizpá, dizendo: Morrerá certamente.
6  E arrependeram-se os filhos de Israel acerca de Benjamim, seu irmäo, e disseram: Cortada é hoje de Israel uma tribo.
7  Como havemos de conseguir mulheres para os que restaram deles, pois nós temos jurado pelo SENHOR que nenhuma de nossas filhas lhes daríamos por mulher?
8  E disseram: Há algumas das tribos de Israel que näo subiram ao SENHOR a Mizpá? E eis que ninguém de Jabes-Gileade viera ao arraial, à assembléia.
9  Porquanto, quando se contou o povo, eis que nenhum dos moradores de Jabes-Gileade se achou ali.
10  Entäo a assembléia enviou para lá doze mil homens dos mais valentes, e lhes ordenou, dizendo: Ide, e ao fio da espada feri aos moradores de Jabes-Gileade, e às mulheres e aos meninos.
11  Porém isto é o que haveis de fazer: A todo o homem e a toda a mulher que se houver deitado com um homem totalmente destruireis.
12  E acharam entre os moradores de Jabes-Gileade quatrocentas moças virgens, que näo tinham conhecido homem; e as trouxeram ao arraial, a Siló, que está na terra de Canaä.
13  Entäo toda a assembléia enviou, e falou aos filhos de Benjamim, que estavam na penha de Rimom, e lhes proclamou a paz.
14  E ao mesmo tempo voltaram os benjamitas; e deram-lhes as mulheres que haviam guardado com vida, das mulheres de Jabes-Gileade; porém estas ainda näo lhes bastaram.
15  Entäo o povo se arrependeu por causa de Benjamim; porquanto o SENHOR tinha feito brecha nas tribos de Israel.
16  E disseram os anciäos da assembléia: Que faremos acerca de mulheres para os que restaram, pois foram destruídas as mulheres de Benjamim?
17  Disseram mais: Tenha Benjamim uma herança nos que restaram, e näo seja destruída nenhuma tribo de Israel.
18  Porém nós näo lhes poderemos dar mulheres de nossas filhas, porque os filhos de Israel juraram, dizendo: Maldito aquele que der mulher aos benjamitas.
19  Entäo disseram: Eis que de ano em ano há solenidade do SENHOR em Siló, que se celebra para o norte de Betel do lado do nascente do sol, pelo caminho alto que sobe de Betel a Siquém, e para o sul de Lebona.
20  E mandaram aos filhos de Benjamim, dizendo: Ide, e emboscai-vos nas vinhas.
21  E olhai, e eis aí as filhas de Siló a dançar em rodas, saí vós das vinhas, e arrebatai cada um sua mulher das filhas de Siló, e ide-vos à terra de Benjamim.
22  E será que, quando seus pais ou seus irmäos vierem a litigar conosco, nós lhes diremos: Por amor de nós, tende compaixäo deles, pois nesta guerra näo tomamos mulheres para cada um deles; por que näo lhas destes vós, para que agora ficásseis culpados.
23  E os filhos de Benjamim o fizeram assim, e levaram mulheres conforme ao número deles, das que arrebataram das rodas que dançavam; e foram-se, e voltaram à sua herança, e reedificaram as cidades, e habitaram nelas.
24  Também os filhos de Israel partiram dali, cada um para a sua tribo e para a sua família; e saíram dali, cada um para a sua herança.
25  Naqueles dias näo havia rei em Israel; porém cada um fazia o que parecia reto aos seus olhos.